Uma Homenagem ao Dia dos Pais
Anoitecia,
Poderia
ser um dia comum, mas trazia
Nos
ponteiros das horas a trágica cena,
Marcada
pelo tempo, desde nos meus
10 anos.
Dali,
daquela varanda, como um espião,
Ou
talvez uma testemunha,
Olhava entre lagrimas, o que pouco entendia,
Olhava entre lagrimas, o que pouco entendia,
Os
passos pequenos, cabisbaixos do meu pai.
Levava
consigo a vida, atravessando a rua,
Os
anseios, o passado e sem futuro.
Rompia
os elos de uma corrente
Que
outrora ligava as mãos daquele homem,
Que
tantas vezes sentia afagar os meus cabelos.
Distanciava
o criador da criatura!
Histórias
eram contadas,
Algumas
ao pé do ouvido,
Outras
de aventuras ou de fatos,
Que
poderiam ou não ter acontecido.
Correram
anos, semanas e dias,
Passaram-se
pelos conflitos da adolescência,
Das
primeiras experiências de adulto,
E
do ser pai também!
Agora,
já não mais naquela varanda,
O
via com cabelos brancos, a fronte envelhecida,
Os
sinais de doença e,
Sobre
seus ombros pesava ainda aquela travessia.
Não
percebia, a não ser a idade que nele se via.
Assim,
na solidão dos seus dias, deixou-nos...
Agora
de vez, libertado das correntes que trazia.
Passados
mais tempo do que com ele vivi,
No
silêncio do meu eu e olhando o espaço,
O
encontrei vagando em meu coração.
Palavras
me faltaram, solucei e chorei,
O
que nunca tinha chorado.
Queria
tê-lo ali comigo...
Olhar
seus olhos e sentir sua mão me afagando.
Voltei
à varanda do passado,
Ali
pedi perdão e soluçando gritei:
“Pai
como eu te amo e amei!”
Muito lindo!! De uma maneira poetica vc conseguiu transmitir seu sentimento, alias, nosso, de saudade,mas nâo sei se dele ou de um pai, porque ele era um pai ausente....
ResponderExcluirmas como sempre voce consegue tocar no coraçâo da gente com simples palavras.....bjs