Era domingo, o frio intenso e a chuva transformavam o dia numa
preguiça só. Ninguém se atrevia a sair de casa.
Um menino de 11 anos chegou a seu pai e disse-lhe:
- Vamos pai, estou pronto!
O pai distraído pensou que o filho queria ir ao cinema ou algum
shopping, disse que não iria sair.
O garoto, estava bem agasalhado e com os folhetos na mão, não se
deu por vencido, e perguntou ao pai:
- Se o senhor não quiser ir, não tem importância, mas posso ir?
O pai ficou na dúvida, mas sentiu que era importante a atitude do
filho, deixou-o ir, mas pediu que retornasse logo. Pois, lembrou-se que todos
os domingos entregavam um folheto com mensagem de Deus.
O menino saiu. Caminhou pelas ruas do bairro, entregando o folheto
com a mensagem de Jesus, de porta em porta.
Mesmo agasalhado, e protegido, a criança, pois assim o era nos
seus onze anos, estava ficando molhado e sentindo frio. Duas horas haviam se
passado, desde que saíra de casa.
Retornando para casa, viu uma casa, mau cuidada, porém lhe chamou
atenção e como estava com o último folheto, resolveu entregá-lo.
Tocou a campainha... e nada. Tocou com mais insistência, e...
nada!
Pela última vez, pensou em ir embora, mas algo lhe dizia que tinha
que bater na porta.
Escutou então, o som de alguma coisa sendo arrastada pelo chão e
passos em direção a porta.
Uma senhora idosa abriu. Vestia roupas escuras e tinha uma feição
triste e, percebendo o sorriso do menino, perguntou-lhe, com uma voz rouca,
porém suave:
- Que você quer? Posso fazer alguma coisa por você, está todo
molhado.
O garoto, feliz, com olhos radiantes, tocou o coração daquela
senhora, e falou;
- A senhora me desculpe, mas queria lhe entregar meu último folheto,
que diz que Jesus Cristo lhe ama muito. Nele tem palavras de Deus e pede para
que a senhora leia para se sentir feliz.
Entregou o folheto e virou-se para ir embora.
Mas a senhora lhe chamou, e já com uma voz de tom ainda mais suave
e com lágrimas nos olhos:
- Obrigado menino! Deus te abençoe.
E, assim foi o garoto para casa, feliz, porque havia entregue
todos os folhetos.
Uma semana depois....
O domingo, bem diferente do anterior, o sol brilhava naquela
manhã, tão bonita!
A igreja lotada e as pessoas estavam alegres. A música preencheu o
ambiente.
O pastor leu a Palavra de Deus e fez a sua mensagem, como sempre
fazia aos domingos. Ao finalizar, perguntou se alguém queria dar seu testemunho.
Uma senhora idosa, com cabelos acinzentados e bem arrumada. Vestia
uma roupa clara. Seu rosto transparecia felicidade.
Seguiu em direção ao púlpito, e postou-se ao lado do menino, que
estava sentado na primeira fila.
Disse o seu nome, e em seguida deu seu testemunho:
“Ninguém me conhece aqui. Sou viúva, meu marido faleceu a um pouco
mais de um ano e fiquei sozinha no mundo. E cada dia que passava mais perdia a
esperança e a vontade de viver. Sentia a solidão corroendo o meu coração.
Assim, domingo passado, naquele dia chuvoso, resolvi que queria
por fim a tudo.
Peguei uma corda, a amarrei numa madeira no teto da sala e subi numa
cadeira. Ia me atirar ao solo quando a campainha tocou. Levei um susto. Esperei
que aquela pessoa que havia tocado a campainha fosse embora e eu pudesse
continuar o que havia decido. Mal se passou um minuto e alguém bateu na porta,
agora com força.
Tirei a corda do pescoço, desci da cadeira, empurrando-a para o
lado, fui até a porta, olhei pelo “olho mágico” e vi este menino, que me fez
abrir a porta.
O garoto sorriu para mim. Um sorriso que há muito tempo não via.
Olhou-me com um carinho angelical e disse-me:
- Jesus te ama muito e pediu para entregar este folheto. Aceite é
o meu último folheto. Nele há palavras de Deus.
Sua voz parecia vir do céu e para mim ele brilhava como um anjo.
Ele saiu feliz e chamei-o de volta para agradecer.
Li por diversas vezes aquele folheto e cai no choro. No dia seguinte,
arrumei a casa, joguei fora a corda e fui procurar nos livros que eram do meu
marido, a Bíblia, que ele gostava de ler. A partir daquele dia comecei a ler
cada capítulo.
E, hoje estou aqui para agradecer a este anjinho e, também a Deus,
porque estou viva e acreditando em Jesus. Obrigado.
A igreja se fez luz e o povo que estava lá, choravam, e davam
glórias ao Senhor.
O coral cantou louvores e o pastor, também chorando abraçava o
menino, pois ele era seu filho.
Todos creram na Palavra e oravam agradecendo a Deus.
E.Prugner