A noite Mágica
Talvez você não tenha percebido,
Mas naquela noite de lua cheia,
No encontro dos rios Iguaçu e
Paraná,
A magia se fazia presente,
Pirilampos e estrelas iluminavam o
lugar.
As águas corriam,
Debruçavam-se nas margens, e
Delicadamente encontravam-se
Numa coloração prateada:
Dois gigantes e caudalosos rios
De pouca percepção,
Lutavam entre si.
Era a luta do coração com a razão!
A lua, enamorando a saudade,
Queria trazer notícias do aquém
mares.
Mas a desafiadora serpente,
Da cabeça pensante,
Em sua rigidez corporal,
Sufocava o grito do amor maternal.
Até as pedras perderam a aspereza,
Naquelas águas correntes,
E no aroma que se perdia no ar.
As feiticeiras e bruxas,
Sacis e gnomos,
Bailavam ao som das cigarras,
Saltitando entre as estrelas.
Desenhavam no quadro negro da
noite,
Corações avermelhados,
Palavras adocicadas de lembranças,
Entremeadas de pingos de fel,
De saudade ardente.
A fada do perdão se fez presente,
Chamou a cálida compaixão
E deixaram-se embalar
Na valsa sublime da absolvição.
Dos olhos mareados,
Surge uma lagrima.
A Natureza para no pedir perdão...
 lágrima paira no encontro dos
rios, e
Letras de ouro são escritas no
céu:
Filho, obrigado por ter nascido!
O silêncio se cala,
Somem os entes da magia,
Um sorriso se prende aos lábios.
As estrelas voltam a tilintar,
E a noite se faz na alegria do
luar.
EPrugner
escrito em 2006, às margens do rio Iguaçu com o Paraná.