Um Piano no Aeroporto
Uma Música no Ar
Estava ali sem nada a fazer e trabalho nem pensar,
Encontrava-me na espera das horas,
Já era
tarde, poucas pessoas,
Saguões
imensos, vazios.
Algumas
horas antes era só um turbilhão
naquele
aeroporto.
Não
era encontro, mas buscar uma pessoa,
Um
favor, talvez um aperto de mãos.
Leva-me a curiosidade ao segundo andar,
Com certeza também vazio.
Lanchonetes fechadas! Arrumadeiras e
faxineira, só!
Mas, um som transforma,
Como se ecoasse das paredes!
Um piano, dedilhado por mãos,
Não de mestre, mas no entanto com alma!
Inebriado, acho-o atrás de uma coluna,
Um jovem com amigos oferece músicas para
sonhar.
Sem cerimônia, sento-me próximo, fecho os
olhos
E vou ao espaço, entre cores, notas,
deixo-me à imaginação!
Estou
no imenso teatro e no palco um jovem pianista
Faz
do seu concerto o espírito da própria música!
Continuo
no etéreo e visto-me em cores,
Ora
verde, ora azul e delicio-me com a branca
Que
se expande num brilho imenso e ofuscante!
Uma música traz-me à cadeira,
Um
impacto de saudosismo, de alegria e de ternura:
“Pour
Elise” soa, afagando a minha cabeça.
Lágrimas
percorrem a minha face e umedecem a minha boca.
Sorrio
porque lembranças deliciosas acariciam
o
meu coração.
Profundamente sem dizer, mas sentir:
Vejo-a,
sentada naquele banco, com
suas
mãos sobre teclado,
Olhando
as pautas de escritas musicais,
de
claves e de sinais.
disfarçava
o seu olhar
Simplesmente para ver se alguém a escutava.
– Mãe, foi a última música que a vi tocar!
Muito Obrigado!