O Impeachment
Inegavelmente,
o impeachment da presidente Dilma não foi um golpe, mesmo em que algumas conversas anteriores
tenham sinalizado a destituição da presidente em favor do seu vice.
Mas a verdade, é que o próprio PT não pode negar que a indicação da então ministra Dilma ao cargo maior da República, fazia parte de um plano do Lula, para retomar
o poder, após o primeiro mandato da presidente.
Dilma não se fez de rogada, não ouviu as
palavras do ex-presidente e muito menos deu atenção aos seus reclames.
Teimosamente, afastou os companheiros de Lula, que desfrutavam de alguns cargos
palacianos e deu continuidade a sua reeleição, cometendo e acumulando os mais infames erros
políticos. Na primeira eleição, em 2010, Dilma teve
55.752.529 votos, representando 56,05 % dos eleitores contra os 43,95%
dado a candidato Serra (2º turno). Já na segunda eleição, em 2014, a desconfiança do eleitor na presidente, fica demonstrada com os resultados do 2º turno quando foi reeleita com 51,64% dos votos contra 48,35% dos votos dados a
Aécio, com uma pequena diferença de 3 milhões e meio de votos. Não fosse novamente, o Lula, no final da campanha, com certeza os resultados seriam outro.
Logo nos primeiros meses do novo mandato, vem a
tona e a confirmação de que a presidente mentiu os números da economia, que fizera falsas
promessas durante a campanha e mostrou-se incapaz de coordenar as forças
políticas e manter diálogos com as suas lideranças. Ficou claro também, a sua incompetência
administrativa, que já vinha demonstrando no primeiro mandato e acentuou no segundo, levando o Brasil ao fundo do poço. Somado as essas
qualificações pouco recomendáveis, emerge na operação “Lava Jato” as falcatruas havidas na
Petrobrás que levou esta empresa às portas da inadimplência.
O descontentamento político, somado às
manifestações populares e os resultados negativos e declinantes da economia
brasileira, direcionou a um único caminho: o impeachment.
Na política existe a oportunidade e o
oportunismo. Havia um desejo de oportunismo do grupo do vice-presidente em
assumir a Presidência. Fatos esses desenhado em algumas ocasiões. Prova disso, foi a divulgação do programa
de governo lançado pelo PMDB - o presidente do Partido é o vice Michel Temer - em outubro de 2015, denominado “Uma Ponte para o
Futuro”. Este documento, delineava a reestruturação da economia brasileira e viabilizava o
desenvolvimento nacional. Tem como sequela o rompimento da presidente com o seu vice.
A presidente Dilma, teimosamente, mantém a sua política desastrosa e dessa forma cria a "oportunidade". Assim
a somatória do oportunismo e da oportunidade concretiza o impeachment.
Temer assume o governo e tudo levava a crer
que a administração seria um “céu de brigadeiro”. Primeiros nomes de sua equipe, aplaudido pelo
mercado e pelos políticos.
Mas, nem tudo seria como o imaginável!
Mas, nem tudo seria como o imaginável!
A República do “Déjà vu”
Mal foi dado os primeiros passos da República,
fez-se a instabilidade política no Brasil. Marechal Deodoro da Fonseca, foi o
primeiro presidente, após a Proclamação da República. Teve início o governo
provisório, reorganizando o poder e a estrutura do governo, adequando-o ao novo
regime, após os 70 anos da Monarquia.
Em dois anos de República, há um golpe de
estado e é decretado estado de sítio. O congresso é fechado.
As novas medidas ocasionaram uma série de conflitos,
principalmente, entre os militares e estas manifestações são acusadas de
conspiratórias ao regime e de monarquistas. É implantada a censura devido a
indisposição do governo com a imprensa. Deodoro as chamava de
“antirrepublicanas”. O governo do
primeiro presidente se mostra
demasiadamente autoritário, no entanto forma o
Congresso Nacional Constituinte para aprovar a primeira Constituição da
República do Brasil.
Crise financeira e política. Deodoro fecha o
Congresso e dá um golpe de estado. No final de 1891, renuncia e assume o seu
vice, Marechal Floriano Peixoto.
Essas primeiras linhas relatando,
resumidamente, o início da República,
nos dá a sensação de que “déjá vu” da política brasileira.
Entre dificuldades econômicas, conflitos
sociais e crises políticas, sucedem-se os presidentes eleitos até 1930, quando
novamente há um conflito institucional e acontece a Revolução de 1930 liderada
por Getúlio Vargas. Início da Ditadura de Vargas e fim da chamada Primeira
República.
Entre crises, revoltas e golpes a era Vargas
vai até 1945. Nesse período foi criado o
DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda, órgão de censura do getulismo. Getúlio foi deposto e em seguida houveram
eleições, marcada pela vitória do
General Eurico Gaspar Dutra.
Segue a chamada Quarta República ou ainda a
República Populista, também envolvida com crises políticas e econômicas. Entre
os presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubistchek, Jânio Quadros, Jango
Goulart e Revolução de 1964. A Nova
República inicia-se em 1985.
Coincidências a parte
Getúlio Vargas, que havia sido deposto pela
sua aproximação com o partido comunista, é eleito em 1950, para governar o País
em 5 anos. Não conseguiu formar a
bancada política no Senado para apoiar suas ideias nacionalistas (1ª.
Coincidência).
Vargas cria a PETROBRÁS – com o slogan “O
Petróleo é Nosso” (Petrobrás é a 2ª. Coincidência).
A criação de diversas empresas estatais (CSN,
Petrobrás, Eletrobrás, IBC, etc) – o nacionalismo exacerbado, cria um conflito entre o empresariado
brasileiro, o aumento do salário mínimo em 100% , o aumento da oposição tendo a
frente o jornalista Carlos Lacerda fazem aumentar a crise política (
empresários e imprensa - 3ª. Coincidência).
Seu vice-presidente, café Filho, une-se aos
opositores ao governo pedindo a renúncia de Getúlio Vargas ( 4ª. Coincidência).
O final do governo de Getúlio Vargas é
conhecido por todos.
Quando se fala de coincidências é porque a
repetição dos fatos que acontecem no dia a dia da história da política
brasileira, já inaugurado nos primeiros momentos da República, é tão evidente, que poderíamos imaginar os próximos acontecimentos, ou as próxima crises. Inicia-se sempre com conflitos políticos, que se somam às questões econômicas e que resultam no término brusco de um governo. Normalmente, a crise sucede a um período de grandes conquistas ou de um excelente desenvolvimento.
O círculo virtuoso se repete das "vacas gordas" às "vacas magras".
Conclusão
O círculo virtuoso se repete das "vacas gordas" às "vacas magras".
Conclusão
Infelizmente, parece que somos herdeiros de uma praga que não nos deixa
evoluirmos para um patamar superior. Para um país desenvolvido, não só no aspecto
econômico e financeiro, mas também na cultura e no desenvolvimento social e
científico.
Já atingimos a quinta economia no mundo, demonstramos a nossa competência em desenvolvimento, mas não sabemos ir à frente e retrocedemos.
Hoje, apesar de estarmos no fundo do poço e vivermos uma crise econômica e política talvez nunca vista, estamos entre as 15 maiores economias do planeta, mas ...
Hoje, apesar de estarmos no fundo do poço e vivermos uma crise econômica e política talvez nunca vista, estamos entre as 15 maiores economias do planeta, mas ...
no
entanto, estamos no terceiro mundo, repetindo os nossos erros e a nossa história política.
Talvez possa surgir uma esperança, afinal, somos o país do futuro e um dia esse futuro virá!
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