Nos idos tempos da máquina de escrever...
Começava-se a datilografar e "puft" um pensamento não saía como queria e lá ia o papel para o lixo. E, começava tudo de novo...escrevia, amassava o papel e jogava na cesta de lixo... Até que, de repente, tudo estava certo, o texto realmente era aquilo que tinha imaginado. Agora, era a vez das correções, assinala aqui, acolá, faltou um ponto, uma virgula, a palavra saiu errada, etc.
Está corrigido! Volta-se para a máquina de escrever e com as pontas dos dedos datilografa-se, novamente, o texto. Agora não pode ter mais nenhum erro, senão, lixo de novo.
Enfim, a matéria ficou pronta, várias folhas bem datilografadas (aliás estou usando esta palavra, pois logo estará em total desuso e esquecimento), margeadas e sem, sem nenhum erro.
Coloco-as ao lado da máquina de escrever. Mereço um café, ora se mereço!
...
Me perco nos pensamentos e vou à cozinha preparar o café.
Fico imaginando o editor, esparramado naquela poltrona de couro preta, desgastada pelo tempo, com chiados a cada movimento seu, no meio de pilhas de papel sobre a mesa. Sem contar aquele ar com cheiro de charuto disputando o aroma de um café frio depositado numa caneca de louça, azul, salientada por uma gravação em vermelho: "o chefe tem sempre razão".
Estava satisfeito com o meu novo trabalho e vou entrega-lo ainda pela manhã e dessa forma poderei desfrutar o resto do dia.
Talvez, já comemorando, passarei numa confeitaria, onde degustarei um delicioso café colonial, com uma torta alemã e gostosos petiscos. Peguei a xícara de café, bem quente, saí da cozinha e fui calmamente andando em direção ao escritório. Assobiando e feliz!
Já bem próximo da escrivaninha, tropecei... O café voou da xícara e aterrizou-se sobre os meus escritos.
Voltei meu pensamento ao passado, quando exatamente aconteceu o mesmo acidente, tropecei naquele mesmo tapete, o café acabou com o meu trabalho.
Quase enlouqueci!
Hoje, não cheguei a ficar tão louco da vida, vou perder um pouco mais de tempo e reimprimir tudo de novo.
Depois de me desfazer do tapete velho, jogando-o no lixo, voltei ao meu computador, dando os devidos comandos para a reimpressão.
Tomei meu café...
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