Anoiteceu e eu caminhando nos
caminhos da noite.
Olho as estrelas, que sorriem,
Mas se calam no silêncio frio das
calçadas curitibanas.
Não há vultos e as árvores parecem
esqueletos dançantes
Ao ritmo do vento cortante e gélido.
As almas estão escondidas e as
palavras nem mais sussurram...
A solidão é a única companheira dos
passos apressados, sem destino, sem rumo.
As luzes dos postes se envolvem numa
neblina
E se transformam em lamparinas do
passado,
Que mal iluminam a sombra, arqueada
pelo sobretudo corroído pelo tempo.
Escuto ao longe os sinos de uma
igreja,
Cujas badaladas ecoam ao nada e nada
é a esperança.
Mais uma travessia, numa desunião de
calçadas,
Separadas pela rua de pedras.
Rua ligando dois pontos infinitos
perdidos na imensidão do lugar nenhum.
Chego ao tempo onde não queria
chegar.
Encorajo-me e subo os degraus
rangentes.
São três, donde imagino uma escadaria
de cem.
A porta me detém. Torço e retorço
imóvel empurra-me ao desdém.
Venço-a e desmaio no sono que temia
em acordar.
Novamente reviro e um acolchoado
acaricia o corpo,
Durmo suavemente, sem o frio do
pesadelo gelado!
AO SAIR DE CASA, LEVE UM AGASALHO
EXTRA,
COM CERTEZA ENCONTRARÁ ALGUÉM QUE
ESTEJA NECESSITANDO.
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