De Pelé a Maradona
Edifício Andraus, Praça da República, São Paulo, projeto
Pelé.
Esse edifício ficou
conhecido pelo incêndio, onde morreram muitas pessoas*, principalmente as que
vieram de andares superiores e acabaram sendo cercadas pelo fogo no 7º. Andar.
Anos depois, já recuperado, ainda tinha o estigma da
tragédia. No saguão de entrada, num quanto qualquer, restos de um balão. Ele
havia sido capturado anos depois, mas o objetivo era mostrar a tocha. Pois foi uma
tocha assassina, bem parecida com aquela, que acabou gerando a tragédia.
Pois é exatamente neste prédio, no 3º. Andar, empresários
paulistas e paranaenses ocupavam algumas salas para desenvolverem o que seria
um dos grandes projetos de marketing: Projeto Pelé.
Pelé havia regressado dos Estados Unidos e acabou se
tornando o maior ícone esportivo do século XX, pelo seu comportamento tanto
esportivo como social. Não ingeria bebidas alcoólicas, não fumava, mesmo após
ter se “aposentado” das suas atividades esportivas, principalmente do futebol, mantem o corpo saudável praticando ginástica
diariamente, e tendo uma dieta rigorosa, livre do excesso de carboidratos e
gordura.
Ele era e sempre foi uma pessoa vivendo na simplicidade. Acredito
que até hoje mantém esse comportamento.
O Projeto Pelé tinha sido criado para desenvolver alguns
produtos com a marca Pelé e a sua assinatura seria a logo dos produtos. O objetivo maior é que esses produtos
deveriam ter além da marca Pelé, uma ligação com o saudável, com um
comportamento livre dos cigarros e de comidas não naturais, e acentuar o que
era saudável para o corpo humano.
Cheguei a conhecê-lo, pessoalmente, deveria tê-lo
reverenciado, mas, ele por ser uma pessoa conhecida, praticamente, no mundo
inteiro, era simples, e talvez no seu íntimo, queria ter, em alguns momentos,
uma vida tranquila.
Se de um lado Pelé era simples, não afoito às câmeras e à
imprensa, assim não eram seus assessores. Outro detalhe que marcavam a sua
personalidade, tinha muito receio que seu nome (marca) fosse envolvido com
produtos nocivos como cigarros e bebidas alcoólicas, e ou fatos que fossem
contrários aos bons costumes.
Pelé era e é assim. No início deste ano, alguns jornais
noticiaram que ele estava sendo hospitalizado. Notícias assim talvez causou algum
frenesi. Exames de rotina para uma pessoa que passou de seus 84 anos.
E nessa breve história verídica pelo nome mais conhecido no
mundo todo, aparece o argentino Maradona, falecido recentemente. Sem dúvida um
grande desportista, mas apesar de seu enorme esforço, seus empresários desejavam
que ele fosse superior ao Pelé. Mas ele
sabia, no seu íntimo, que o estigma, e a naturalidade do ícone sempre lhe
faltaram.
Porém o próprio Pelé comentou a grande falta que fará
Maradona!
Pelé ainda vive nos seus 84 anos, em Santos. A saúde está um
pouco debilitada. Já não é mais manchete
de jornais ou chamada para grandes reportagens. Nem mais o ícone que outrora marcou
produtos especiais, poucos, porém sempre saudáveis e recomendáveis. Mas
continua sendo lembrado como o maior desportista do século XX.
Já os atuais frequentadores do Edifício Andraus, talvez nem
mais se lembre da tragédia, ou não dão atenção a marca do incêndio que está num
canto qualquer do saguão de entrada do edifício: restos de um enorme balão,
ainda mostrando uma ‘tocha’, que foi a causadora do fogo que se alastrou
rapidamente, por diversos andares, onde morreram 16 pessoas e teve 320
feridos.
Maradona morreu e poucos, na Argentina, tem lembranças desse
outrora famoso ídolo portenho.
Novas pessoas! Novas histórias, que já não mais são escritas
pelo calor humano! São produtos sem sentimentos. Estão em embalagens de
prateleiras prontas para o consumo.
EPrugner
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