Quem sou eu - Nasci em São Paulo, e adotei Curitiba desde criança, pois adoro esta cidade.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

 

Um Piano no Aeroporto

Uma Música no Ar

 

Estava ali sem nada a fazer e trabalho nem pensar,

Encontrava-me na espera das horas,

Já era tarde, poucas pessoas,

Saguões imensos, vazios.

Algumas horas antes era só um turbilhão

naquele aeroporto.

Não era encontro, mas buscar uma pessoa,

Um favor, talvez um aperto de mãos.

Leva-me a curiosidade ao segundo andar,

Com certeza também vazio.

Lanchonetes fechadas! Arrumadeiras e faxineira, só!

Mas, um som transforma,

Como se ecoasse das paredes!

Um piano, dedilhado por mãos,

Não de mestre, mas no entanto com alma!

Inebriado, acho-o atrás de uma coluna,

Um jovem com amigos oferece músicas para sonhar.

Sem cerimônia, sento-me próximo, fecho os olhos

E vou ao espaço, entre cores, notas,

deixo-me à imaginação!

Estou no imenso teatro e no palco um jovem pianista

Faz do seu concerto o espírito da própria música!

 

Continuo no etéreo e visto-me em cores,

Ora verde, ora azul e delicio-me com a branca

Que se expande num brilho imenso e ofuscante!

Uma música traz-me à cadeira,

Um impacto de saudosismo, de alegria e de ternura:

“Pour Elise” soa, afagando a minha cabeça.

Lágrimas percorrem a minha face e umedecem a minha boca.

Sorrio porque lembranças deliciosas acariciam

o meu coração.

Profundamente sem dizer, mas sentir:

Vejo-a, sentada naquele banco, com

suas mãos sobre teclado,

Olhando as pautas de escritas musicais,

de claves e de sinais.

Ela sorria na sua concentração,  

disfarçava o seu olhar

Simplesmente para ver se alguém a escutava.

– Mãe, foi a última música que a vi tocar! 

 EPrugner

 Muito Obrigado!